Desenvolvimento de Novos Sistemas Dosimétricos Aplicados à Proteção de Pacientes e Indivíduos Ocupacionalmente Expostos
Sob a coordenação do professor Vinícius Saito Monteiro de Barros e com o apoio da Fade-UFPE, projeto de extensão, pesquisa e inovação busca desenvolver novos sistemas dosimétricos aplicados à proteção de pacientes e indivíduos ocupacionalmente expostos.
As atividades são realizadas pelo Laboratório de Proteção Radiológica (LPR) – que em 2014 deu início a testes para adoção do sistema de dosimetria com uso de Luminescência Opticamente Estimulada (OSL), e foi o primeiro laboratório do Brasil acreditado em monitoração pessoal para dosimetria de corpo inteiro pela Coordenação Geral de Acreditação do INMETRO – e Laboratório de Metrologia das Radiações Ionizantes (LMRI) – implementado com o auxílio da Agência Internacional de Energia Atômica, sendo o único laboratório das regiões Norte e Nordeste que tem infraestrutura e capacidade técnico-científica para oferecer serviços de calibração -; ambos agentes cruciais do campo de metrologia de radiações ionizantes na América Latina, pertencentes à UFPE.
De acordo com dados do Instituto de Radioproteção e Dosimetria da Comissão Nacional de Energia Nuclear, no Brasil, mais de 140 mil pessoas são expostas a radiações ionizantes em pesquisas, na indústria e na medicina. A Comissão Internacional de Proteção Radiológica determina que as doses recebidas por pacientes e trabalhadores sejam as menores possíveis. Por essa razão, é indispensável a realização de um acompanhamento eficaz dos indivíduos expostos. Atualmente, na área de monitoração ocupacional, se sobressaem a dosimetria termoluminescente (TL), OSL, e as que utilizam filmes radiográficos. Dentre elas, a OSL apresenta uma maior velocidade de leitura e operação, menor custo de produção, e dispensa aquecimento e uso de nitrogênio de alta pureza. Todavia, são poucas as opções comerciais disponíveis. O LPR utiliza equipamentos vendidos por uma empresa localizada na Alemanha mas, além de envolverem um alto custo financeiro, estão sujeitos a atrasos na importação. Esse projeto, portanto, busca desenvolver outras alternativas de equipamentos de leitura OSL, além de sistemas que possibilitem a dosimetria de extremidades e de cristalino.
Dentro do projeto também são realizados estudos que visam à redução das doses de indivíduos ocupacionalmente expostos e pacientes submetidos a exames onde há altas doses ou alto risco de efeitos das radiações, como os de fluoroscopia e os de pediatria. Por isso, serão executados in loco estudos sobre as doses recebidas nos olhos, nas mãos, na tireoide, etc. nos procedimentos de diagnóstico e intervencionistas.
Farão parte do projeto uma equipe técnica composta por 68 pessoas, somada a um grupo de apoio de 19 membros. Ao todo, serão investidos R$ 12.142.465,22 também voltados à produção de sistemas dosimétricos com base em materiais de estado sólido (óxido de berílio e semicondutores) e dosimetria com alanina, associadas a uma maior eficácia em radioterapia de campos pequenos, usadas para o tratamento de tumores. Além de medir com mais exatidão as doses de radiação recebidas pelo paciente, esse tipo de sistema torna as prescrições mais precisas e reduz os danos aos tecidos saudáveis.
Os laboratórios esperam formar recursos humanos especializados em proteção radiológica e dosimetria de estado sólido, capazes de realizar ensaios e calibrações voltadas às radiações ionizantes, contribuindo para o desenvolvimento do setor nuclear no Brasil.