Conheça o Projeto InovaArbo, que estuda tratamentos de doenças como Dengue, Zika e Chikungunya
O projeto “Inovações Terapêuticas e de Diagnóstico para Infecções Causadas pelos Vírus da Dengue, Zika e Chikungunya” é executado pelo Núcleo de Pesquisa em Inovação Terapêutica (Nupit) da UFPE e coordenado pela professora Maria Danielly Lima de Oliveira. Seu intuito é desenvolver novas estratégias de tratamento e diagnóstico para arboviroses, com foco na produção de um novo biossensor para aplicação no SUS.
As arboviroses, a exemplo da Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela, são doenças comumente transmitidas através da picada de mosquitos infectados com os vírus. Essas doenças configuram um grande desafio para a saúde pública, especialmente em regiões tropicais e subtropicais, sendo causadoras de epidemias que geram impactos socioeconômicos significativos.
No Brasil, entre janeiro e outubro de 2024, foram registradas quase seis mil mortes por Dengue e mais de 6,5 milhões de casos prováveis da doença. Entre 2015 e 2017, a Zika protagonizou um surto intenso em todo o país, que deixou como marca o nascimento de milhares de crianças com microcefalia e outras anomalias congênitas.
Atualmente, não existem terapias antivirais ou medicamentos específicos para o tratamento dessas infecções, sendo o alívio dos sintomas a única abordagem terapêutica disponível. Para a Zika e Chikungunya, também não existem vacinas disponíveis para comercialização. No caso da Dengue, o acesso ao imunizante e sua eficácia são limitados, o que reforça a necessidade do desenvolvimento de novas estratégias de combate à doença.
Normalmente, o método utilizado para investigação clínica das arboviroses é a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). Apesar de entregar resultados com uma especificidade satisfatória, trata-se de uma técnica de alto custo, o que dificulta seu uso, especialmente em hospitais e laboratórios do Sistema Único de Saúde (SUS).
O mercado já possui testes imunológicos e moleculares para avaliação dos vírus da Dengue, Zika e Chikungunya. No entanto, o processo de diagnóstico é dificultado pela semelhança dos sintomas dessas doenças. No caso do uso da técnica PCR, o problema está na etapa em que o teste é realizado, uma vez que sua eficácia decai com o tempo e só é considerada satisfatória apenas durante os estágios iniciais da infecção.
Diante desses desafios, o trabalho se propõe a desenvolver novos candidatos a fármacos para o tratamento das infecções causadas pelos vírus transmitidos pelo Aedes aegypti, além de desenvolver nanodispositivos com sistemas sensores para a identificação precisa dos diferentes arbovírus.
Por meio da criação de produtos de baixo custo, o projeto visa contribuir para a estratégia de resposta a essas doenças no SUS, a fim de minimizar os impactos socioeconômicos causados pela epidemia de arboviroses no Brasil.