Conheça o Moura Tech, projeto de capacitação de TI
João Almeida e Silva, professor do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), Campus Belo Jardim, elaborou o “Moura Tech”, um projeto de desenvolvimento de talentos na área de TI, em parceria com o Grupo Moura e o apoio da Fade. O empreendimento em destaque teve início no ano de 2022 e possui previsão de conclusão em 2027.
Em 2021, muitos segmentos da economia se enfraqueceram devido aos impactos da pandemia do Coronavírus. Apesar disso, o setor de Tecnologia da Informação (TI) apresentou uma alta significativa, como publicado pela IstoÉ Dinheiro. No mesmo período, o IBGE constatou que a economia de todo o cenário global passava por uma estagnação econômica, tendo uma retração de 0,1% no segundo trimestre, porém a atividade relacionada à informação e comunicação, que abriga o setor de TI, cresceu 5,6% sobre o primeiro trimestre.
Há estudos que evidenciam a tendência de crescimento do ramo nos próximos anos. No entanto, nota-se que a demanda mercadológica por profissionais do setor de TI é consideravelmente superior ao número de pessoas que estão realizando o curso de formação, provocando uma disputa das empresas pelos melhores profissionais. Sérgio Gallindo, presidente da Brasscom, Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais, apontou que “Todos os altos executivos dizem que não contratam mais porque não há mais profissionais talentosos disponíveis. Não é um apagão de mão de obra, mas é um estresse.” Desse modo, uma das soluções encontradas pelas empresas tem sido a capacitação dos seus funcionários, com formação em outros cursos, a partir de treinamentos voltados à tecnologia da informação.
Percebe-se, que existem muitos investimentos empresariais na profissionalização em TI. Da mesma forma, atualmente, diversos países do mundo, inclusive o Brasil, têm se preocupado com o mercado de energia renovável, com a acumulação e o armazenamento de energia. Tendo em vista essa procura, o Agreste de Pernambuco, especialmente a cidade de Belo Jardim, interior do estado, apresenta uma demanda tanto na questão da quantidade, como na qualidade dos recursos desse mercado, gerando a necessidade do uso de ferramentas computacionais e pessoal mais especializado. Conclui-se então, que esse setor industrial necessita de mais profissionais capacitados para atuação no mercado de trabalho.
Considerando essa demanda, o Grupo Moura, líder nacional em acumulação de energia, acreditou no potencial técnico dos alunos do IFPE da região para desenvolverem soluções de alguns dos desafios fabris, referentes ao uso de tecnologia computacional e da indústria 4.0. Nota-se, que dentro desse contexto, o grupo Moura é uma grande referência na atuação da promoção de soluções para acumulação e armazenamento de energia, como por exemplo o BESS (Battery Energy Storage System) – um conjunto de baterias desenvolvidos capaz de guardar energia gerada durante o dia, no período em que ela é mais barata e a despacha no horário do pico. Logo, a partir dessa iniciativa, tem se investido em futuros profissionais de TI em Belo Jardim.
Na primeira fase do projeto foram ofertadas 20 vagas para alunos dos cursos de Técnico em Informática e Engenharia de Software, objetivando ampliar o conhecimento em linguagens de programação, tecnologias e gestão de projetos. Compreende-se que o projeto fortaleceu o setor industrial do Agreste com Tecnologia da Informação e Inovação, estreitando o vínculo entre o IFPE e o mercado de trabalho, na figura do Grupo Moura. Inclusive, a partir do Moura Tech será possível uma futura contratação dos melhores bolsistas envolvidos ao projeto, senão todos, ao quadro de funcionários da empresa, gerando assim excelentes perspectivas profissionais e o fomento da oferta de emprego na região.
Para isso, o primeiro objetivo é garantir a formação de 20 desenvolvedores Full Stack, ou seja, de profissionais habilitados no desenvolvimento de aplicações e softwares completos, desde o back-end até o front-end – com domínio tanto das linguagens de programação quanto das tecnologias web. Essa capacitação técnica será realizada em duas fases. A primeira, intitulada por BootCamp Frontend, tem por objetivo o desenvolvimento de interfaces gráficas de Sistemas Web. A outra fase, BootCamp Backend, criará sistemas de retaguarda. É importante destacar que ambas terão por característica a rapidez e a intensidade na execução, exigindo, igualmente, relatórios mensais das aulas com os conteúdos determinados.
Além do intuito de formar profissionais desse ramo, a segunda meta do Moura Tech é viabilizar o desenvolvimento de softwares para automação de processos. Para esse fim, será preciso realizar o levantamento de requisitos e design de protótipo de sistemas computacionais – um conjunto de dispositivos eletrônicos capazes de processar informações de acordo com um programa – , criar esses sistemas computacionais para serem implantados na cadeia produtiva industrial e, a partir disso, realizar testes e as documentações necessárias. É relevante destacar que todo o material, equipamentos e utensílios serão incorporados ao patrimônio do Campus Belo Jardim, beneficiando ainda mais o Instituto Federal de Pernambuco.
Esse projeto terá uma expressiva contribuição social, econômica e ambiental. Isso porque, no âmbito social, permitirá a ampliação da disponibilidade de mão-de-obra qualificada na área de computação da região; criará oportunidades de emprego, capacitando estudantes de cursos técnicos e superiores do IFPE; além de aumentar consideravelmente, a contratação de profissionais no segmento de acumuladores de energia. A nível econômico, o Moura Tech ajudará na diminuição dos custos operacionais das indústrias, visto que haverá um aumento da eficiência provocado pelo desenvolvimento e implantação dos sistemas informacionais e de gestão. Ademais, a atuação irá contribuir ambientalmente por incentivar uma maior participação da indústria local no setor de energias limpas e renováveis, o que representa uma ótima iniciativa ao cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil.