Pesquisadores da UFPB criam respirador portátil para socorro imediato
Aparelho é indicado para casos de síndrome respiratória, afogamento, asfixia por substância tóxica e infarto
Via Ascom UFPB
Pesquisadores dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica e Elétrica da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em parceria com o Instituto Federal da Paraíba (IFPB), desenvolveram respirador pulmonar de baixo custo para casos de emergência, ou seja, de socorro imediato.
O aparelho tem a finalidade de auxiliar profissionais da saúde no atendimento de pacientes acometidos por síndromes respiratórias, sobretudo a causada pelo novo coronavírus (Covid-19), e por afogamento, asfixia por substância tóxica e infarto. A fabricação do protótipo custou entre R$ 700 e 800. A versão final, em material de melhor qualidade, deve ficar entre R$ 4 e 5 mil.
O equipamento é baseado em um modelo espanhol, o Oxygen, desenvolvido por um grupo de profissionais liderados pela empresa Protofy.xyz e que já obteve licenciamento da Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos Sanitários para realização de testes clínicos em seres humanos. Assim que a Oxygen obtiver o registro na Espanha, a UFPB vai requerê-lo à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O respirador utiliza motor elétrico para fazer a automatização do processo de inflar o ambu ou reanimador manual, enviando ar enriquecido de oxigênio ou ar comprimido para o pulmão de pacientes em casos de afogamento, asfixia por substâncias tóxicas, infarto e síndromes respiratórias.
O pesquisador Abel Lima Filho, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica da UFPB, conta que esse tipo de respirador é destinado a situações emergenciais. “Em casos graves, quando não tem respirador no hospital, utiliza-se esse equipamento para trabalhar por no máximo um dia. Ele pode ser utilizado na ambulância para fazer o transporte de paciente com dificuldade de respiração. Não é recomendado que o equipamento fique muito tempo com o paciente”, diz o pesquisador.
Como o protótipo foi construído em material acrílico, a pretensão agora é fazer uma versão industrial. “Ele foi feito inicialmente de acrílico, um material frágil para ser utilizado em hospitais. Então a gente vai modificar o projeto utilizando uma casca metálica e, dentro, a gente também vai substituir as peças de acrílico por nylon e colocar sensores”, adianta.
O desenvolvimento do projeto na UFPB também teve a participação dos pesquisadores Francisco Belo, Marcelo Rodrigues e Rodinei Gomes. Eles contam com a ajuda de um grupo de pesquisa com mais de 20 integrantes. O protótipo recebeu auxílio técnico e financeiro do Instituto Alpargatas.