Projeto Re-Habitar Ararinha Azul
Iniciado no fim de 2020 e coordenado pelo professor Renato Garcia Rodrigues, do Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental da Univasf, o projeto Re-Habitar Ararinha-Azul visa desenvolver estratégias para a recuperação do habitat da Ararinha-Azul, consideradas criticamente ameaçadas de extinção (CR) e que não eram vistos na natureza há mais de 20 anos.
Concluído em 2023 e concebido com participação comunitária desde seu princípio, incluindo nove cursos de capacitação ofertados gratuitamente, o Re-Habitar levou ao plantio de aproximadamente 37 mil mudas, com 450 quilos de sementes semeadas. Forem feitas ainda três barragens subterrâneas, 54 barragens de detenção e cerca de 19 mil metros de cordões em contorno. Quatro módulos familiares de produção de mudas (viveiros) foram doados.
Segundo o pesquisador ligado ao projeto, Anderson Souza, ”ao atuar na conservação do solo e da água, essas tecnologias desempenham um importante papel no combate e prevenção à desertificação, além de proporcionar melhorias na produção agrícola, mitigando os efeitos da seca para as famílias sertanejas. No contexto do projeto, elas contribuem para o sucesso das técnicas de plantio e semeadura implantadas, além de auxiliar a regeneração natural e manutenção da vegetação nativa já estabelecida”.
Todas estas ações visaram a recuperação de 200 hectares de caatinga, criando um modelo de recuperação que alia a formação de uma vegetação que garanta a sobrevivência da Ararinha-Azul à melhoria na capacidade produtiva das áreas rurais. O objetivo é aumentar a capacidade de retenção das águas nas propriedades através de tecnologias de combate à desertificação e o plantio de vegetação nativa.
Iniciando em 2022, as Ararinhas-Azuis, criadas em cativeiro pela ONG internacional Association for the Conservation of Threatened Parrots, foram reintroduzidas ao seu habitat natural, onde seguem monitoradas para garantir sua sobrevivência. Em Outubro de 2023, foi registrado, pela primeira vez em 37 anos, o nascimento de uma Ararinha-Azul em seu habitat natural, confirmando o sucesso das operações.
O Projeto Re-Habitar mapeou e classificou mais de 1200 hectares ao longo de sua duração, desenvolvendo um software específico para gerenciar e monitorar suas ações. O impacto positivo ambiental, social e econômico já é observado na região.