Fade-UFPE e Univasf iniciam atividades do projeto RE-habitação de ararinhas-azuis
O projeto é fruto de parceria com a FUNBIO e pretende recuperar 200 hectares de caatinga e mata ciliar em três anos
Foto: Patrick Pleul/ AFP
O Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, convidou instituições a participarem da Chamada de Projetos para Recuperação de Áreas Degradadas no Interior e Entorno de Unidades de Conservação localizadas no Bioma Caatinga, no âmbito do Projeto GEF Terrestre – Estratégias de conservação, restauração e manejo para a biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal.
Por meio desta Chamada, o Projeto GEF Terrestre disponibilizou R$ 5.250.000,00 (cinco milhões e duzentos e cinquenta mil reais) para projetos de pesquisa. A Universidade do Vale do São Francisco (Univasf) teve o projeto “RE-Habitar Ararinha Azul” aprovado e a Fade-UFPE, sua fundação de apoio, que realizou os procedimentos necessários para o encaminhamento da proposta, ficará encarregada da gestão administrativa.
O Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (NEMA) da Univasf, responsável pelo desenvolvimento do projeto, já iniciou as atividades e prevê que cerca de 200 hectares de caatinga e mata ciliar sejam recuperados em três anos. Vários itens alimentares da ararinha-azul serão plantados em sistema de nucleação, como o pinhão.
O projeto visa ao desenvolvimento de estratégias para a conservação e recuperação de aves da espécie ararinha-azul consideradas criticamente ameaçadas de extinção (CR) e, provavelmente, extinta na natureza (PEW), pois ela não é vista no meio-ambiente desde os anos 2000. A espécie é endêmica da caatinga e do sertão baiano e pernambucano, tendo sumido da natureza após ser alvo constante do tráfico de aves e atualmente só existe em cativeiro.
Além dela, o Brasil possui outros três tipos de araras-azuis, todas sob algum nível de ameaça de conservação: arara-azul-pequena, possivelmente extinta; arara-azul-de-lear, em perigo crítico de extinção; e a arara-azul-grande, que está vulnerável. Ao todo existem apenas 167 ararinhas-azuis catalogadas e registradas em todo o mundo, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. Destas, 147 estão na Alemanha, 2 na Bélgica, 4 em Singapura e 14 no Brasil.
Texto produzido com informações do G1.