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Educação Popular, Agroecologia e Saúde: Projeto de extensão da UFPE promove segurança alimentar e sustentabilidade em assentamentos do MST

Criado no Centro Acadêmico de Vitória da Universidade Federal de Pernambuco (CAV-UFPE), e intitulado “Educação Popular, Agroecologia e Saúde: promoção de territórios saudáveis e sustentáveis através da metodologia Camponês a Camponês em assentamentos do MST em Pernambuco” o projeto de extensão é coordenado pela Professora Ana Wladia, do Núcleo de Enfermagem do CAV.

A iniciativa conta com a parceria da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), por meio do Professor Jorge Luiz Schirmer, e da Campanha Mãos Solidárias, conduzida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), sob a coordenação de Paulo Mansan.

O trabalho se baseia nos preceitos da agroecologia e nos saberes populares dos camponeses do MST, com o objetivo de promover saúde e soberania alimentar nos assentamentos pernambucanos do movimento. Trata-se de uma espécie de resposta ao modelo agrícola focado na exportação e abuso de agrotóxicos, que visa ao lucro de grandes produtores em detrimento da soberania e diversidade alimentar da população local.

Somente em 2022, 652 agrotóxicos foram liberados nacionalmente, incluindo 43 princípios ativos inéditos. Nesse mesmo ano, 1.772 amostras de 13 alimentos diferentes foram coletadas em dezenas de municípios, através do Programa de Avaliação de Resíduos de Agrotóxicos, vinculado à Anvisa. Destes, um em cada quatro continha restos de substâncias proibidas ou em níveis maiores do que é permitido por lei.

Com a volta do Brasil ao mapa da fome, lançou-se um olhar de preocupação sobre a disposição e qualidade dos alimentos dentro do território nacional. Prezando pela natureza, o trabalho em questão se baseia nos princípios da agroecologia: promoção do uso da terra de forma sustentável, com produção saudável e suficiente, construindo um ambiente pautado pela solidariedade, equidade e uso racional dos recursos naturais.

Muitos dos integrantes do projeto são agricultores integrantes do MST, e sua colaboração viabiliza a utilização da Metodologia Camponês a Camponês, que fomenta o compartilhamento e intercâmbio de técnicas e conhecimentos populares relacionados ao campo. Serão organizadas oficinas sobre técnicas agroecológicas e produção de alimentos saudáveis, além de discussões sobre temas como segurança alimentar e equidade de gênero.

Espera-se, com a realização do projeto, impulsionar um impacto social positivo, melhorando a qualidade de vida e saúde dos camponeses, através de sua participação ativa em uma estratégia de educação popular. A iniciativa pretende resultar no crescimento da conscientização ambiental, reflorestamento e produção de alimentos sem agrotóxicos, assim economizando insumos, agregando valor aos produtos orgânicos e, por fim, contribuindo para o desenvolvimento local sadio e sustentável.

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