Desenvolvimento e Validação de Metodologias de Análise para Drogas Vegetais
O professor Luiz Alberto Soares, do Departamento de Ciências Farmacêuticas/CCS da UFPE, é o coordenador responsável pelo projeto “Desenvolvimento e Validação de Metodologias de Análise para Drogas Vegetais”. A pesquisa iniciou em 2022 e terá duração de dois anos. O estudo é realizado em parceria com a Herbarium – Laboratório Botânico, Indústria Farmacêutica, e conta com o apoio da Fade-UFPE.
A pesquisa tem como foco a elaboração de especificações de qualidade para insumos farmacêuticos ativos vegetais (IFAVs) a partir de espécies vegetais tradicionalmente utilizadas na fitoterapia popular. Embora muitas dessas plantas apresentem dados de comprovação de segurança e de diversas propriedades biológicas, ainda não possuem especificações de qualidade oficiais a serem seguidas pela indústria farmacêutica ou pelas autoridades sanitárias. Isso dificulta o controle de qualidade das matérias-primas e, consequentemente, o desenvolvimento e a avaliação de medicamentos fitoterápicos.
Dessa forma, a parceria estabelecida busca adotar padrões de qualidade que garantam o acesso seguro a medicamentos fitoterápicos, por meio da modernização de métodos e da atualização/proposição de monografias farmacopeicas. Isso permitirá que a indústria farmacêutica utilize métodos e especificações de qualidade reconhecidos, capazes de reduzir os custos de fabricação, sem sobrecarregar as atividades de fiscalização durante os processos de renovação da autorização de produtos já existentes ou de registros de novos produtos fitoterápicos.
Devido à complexidade dos IFAVs e de seus produtos derivados, o desenvolvimento e a validação de métodos de análise impulsionam diversas áreas do conhecimento, como química (Orgânica e Analítica), biologia (Farmacobotânica) e farmácia (Tecnologia Farmacêutica e Controle de Qualidade). Esta peculiaridade incentiva a indústria farmacêutica brasileira a adotar estratégias modernas para o desenvolvimento de novos produtos, resultando em inovação, aprimoramento de técnicas e processos, além da otimização dos custos produtivos e analíticos.
A execução do projeto tem potencial para impactar a sociedade de várias maneiras. Sob este ponto de vista, espera-se o estreitamento da relação entre os setores envolvidos na cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos, consolidando os atores por meio da incorporação de novas tecnologias e da criação de arranjos produtivos. Além de promover a exploração racional e sustentável da biodiversidade brasileira, com base na produção de matérias-primas vegetais através da agricultura familiar. Por fim, os resultados do projeto deverão fortalecer as políticas e os programas públicos de plantas medicinais e fitoterápicos, disponibilizando o arcabouço científico e sanitário para a manufatura de produtos medicinais que atendam aos requisitos mínimos de qualidade para o uso humano.