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Conheça o projeto Cadeia Produtiva do Licuri, que busca produtos à base da planta

Coordenados pela Professoras Maria Tereza Correia e Márcia Vanusa, do Departamento de Bioquímica da UFPE, o projeto de pesquisa tem a finalidade de desenvolver bioprodutos farmacêuticos, cosmetológicos e alimentícios à base da planta Licuri (Syagrus coronata).

O projeto busca estimular o extrativismo e a produção de derivados do licuri em comunidades tradicionais do semiárido da Bahia, de modo a colaborar com a preservação da biodiversidade da caatinga. Espera-se, também, que a cadeia produtiva fomente o cooperativismo e desenvolvimento econômico da região.

Palmeira nativa do semiárido nordestino, o licurizeiro produz uma amêndoa rica em ácido láurico, mesma substância responsável pelas maioria dos benefícios do coco. Por essa razão, o óleo de licuri tem grande potencial para servir como matéria-prima para fármacos com ação hidratante, antissinais, antioxidante, anti-inflamatória e analgésica.

Além disso, outras partes do licuri, como a polpa e o resíduo da amêndoa, também podem ser aproveitadas para a fabricação de produtos como carnes vegetais, formulações parenterais e inseticidas naturais.

Equipe do Projeto, imagem retirada do Instagram do Núcleo

Em 2022, a pesquisa realizou sua primeira fase, com o objetivo de estudar e agregar valor ao óleo de licuri. A substância foi estudada como potencial matéria-prima para a indústria farmacêutica, estudo que resultou na criação de duas patentes. Já o resíduo da amêndoa foi utilizado para a produção de pão, o qual apresentou alto valor proteico e teor antioxidante superior ao pão de farinha de trigo.

Atualmente, o projeto está em sua segunda fase, a qual consiste em ampliar os conhecimentos científicos sobre a planta, identificar diferentes formas de aproveitamento de seus componentes e desenvolver novas tecnologias integradas à cadeia de produção.

A porcentagem de ácido láurico encontrado no óleo de licuri sofre variações em cada lote, o que pode impactar o valor de mercado do produto. Portanto, o projeto busca desenvolver métodos analíticos de controle da qualidade da produção, bem como de purificação do ácido.

A coordenação do projeto salienta que a criação de produtos a partir do bioma da caatinga não é apenas essencial para o desenvolvimento da economia local, mas também para o crescimento da nação como um todo. “É possível levar o Brasil à quarta revolução industrial, como um país que desenvolve inovações a partir de sua biodiversidade”, afirma relatório técnico do trabalho.

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